Bem-vinda de volta, mamães! Se você está aqui, é provável que esteja tentando entender melhor o seu filho superdotado. Se você já tem um diagnóstico, é possível que já tenha identificado essas situações no cotidiano que podem deixar uma casa completamente disfuncional. Os comportamentos parecem inexplicáveis e você não consegue entender. Acredite, eu sei bem o que é passar por isso.
A superdotação é um tema complexo e, sem uma investigação adequada, muitos pais podem se sentir confusos e até frustrados, assim como eu. Neste artigo, vou abordar sete problemas comuns que crianças superdotadas enfrentam no dia a dia e como isso pode se tornar um desafio para elas, especialmente quando não têm um diagnóstico. Além disso, vou oferecer soluções práticas para ajudá-las a lidar com essas situações.
1. Isolamento Social- problemas que os superdotados enfrentam
Crianças superdotadas muitas vezes se sentem diferentes de seus colegas, o que pode levar ao isolamento social. Elas podem ter interesses e habilidades que não são compartilhadas por outras crianças da mesma idade, resultando em dificuldades para fazer amigos. Isso pode gerar sentimentos de solidão e inadequação, levando a uma baixa autoestima.
Eu não entendia, por exemplo, porque meu filho se isolava e preferia ficar sempre em lugares que para ele seria confortável, até eu aprender que esse comportamento que o fazia se achar inadequado, era na verdade, uma fuga. Aprendi que, embora meu filho possua habilidades cognitivas notáveis, ele se sente inseguro em enfrentar desafios em áreas específicas, como socialização, organização e execução de tarefas. Para ele, evitar situações que o poderia colocar a prova dos seus conhecimentos, evitaria nível de stress e frustração.
Dica: Incentive a socialização em ambientes onde seu filho possa encontrar outras crianças com interesses semelhantes. Atividades extracurriculares, como clubes de ciência, arte ou tecnologia, podem ser uma ótima oportunidade para ele se conectar com outros que compartilham suas paixões. O mais importante é identificar o que seu filho gosta de fazer. O meu por exemplo, faz aulas de percurssão (bateria) e futebol que ele ama.
2. Falta de Desafios Acadêmicos
Sem um diagnóstico, é comum que a superdotação não seja reconhecida pela escola, levando a um currículo que não desafia a criança. Isso pode resultar em tédio, desmotivação e até comportamentos desregulados. Quando meu filho estava no primeiro ano do ensino fundamental, perdeu o interesse pela escola,porém a mesma trabalhou com ele de uma forma adaptada, sem nem mesmo saber que ele tinha superdotação para incluí-lo na classe e fazê-lo voltar a se interessar pelos estudos. Mas, como eu disse, não tínhamos o diagnóstico e a escola foi louvável nessa situação.
Os problemas que os superdotados enfrentam com a falta de estímulos adequados, pode fazer com que se perca o interesse pela escola e pelo aprendizado.
Dica: Converse com os professores sobre as necessidades acadêmicas do seu filho. Pergunte sobre a possibilidade de programas de enriquecimento ou aceleração. Se necessário, busque avaliações externas que possam ajudar a identificar as habilidades do seu filho. Além disso, considere recursos educacionais em casa, como livros avançados, cursos online ou atividades que estimulem a curiosidade e o pensamento crítico.
Mas é necessário avaliar todo o conjunto para não tomar decisões precipitadas e ao invés de ajudar , atrapalhar o desenvolvimento do seu filho.
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3. Sensibilidade Emocional
Crianças superdotadas frequentemente têm uma sensibilidade emocional elevada, o que pode levar a reações mais intensas a situações cotidianas. Os problemas que os superdotados enfrentam, podem levá-los a sobrecarga por estímulos que outras crianças consideram normais, como barulhos altos ou mudanças no ambiente. A sensibilidade emocional pode resultar em dificuldades em lidar com frustrações e conflitos.
Dica: Ajude seu filho a desenvolver habilidades de regulação emocional. Técnicas de mindfulness, como respiração profunda e meditação, podem ser úteis. Além disso, crie um ambiente seguro onde ele possa expressar suas emoções sem medo de julgamento. Ensine-o a identificar e nomear suas emoções, o que pode ajudá-lo a entender melhor o que está sentindo e a desenvolver estratégias para lidar com isso.
4. Pressão para Ter Sucesso
Crianças superdotadas muitas vezes sentem uma pressão interna ou externa para se destacarem, o que pode resultar em ansiedade e medo do fracasso. Mas uma vez , tais problemas que os superdotados enfrentam como essa pressão pode vir de expectativas familiares, escolares ou até mesmo autoimpostas. O medo de não corresponder às expectativas pode levar a um bloqueio criativo e a uma aversão ao risco fazendo com que eles nem comecem a fazer a atividade que os desafia com medo de falhar.
Dica: Reforce a ideia de que o valor do seu filho não está apenas em suas conquistas acadêmicas. Encoraje-o a explorar diferentes interesses e a entender que o fracasso é uma parte natural do aprendizado. Celebrar os esforços, não apenas os resultados, pode ajudar a aliviar essa pressão. Crie um ambiente onde a experimentação e a curiosidade sejam valorizadas, permitindo que ele aprenda com os erros sem medo de ser julgado.
5. Dificuldade em Aceitar Autoridade
Crianças superdotadas podem questionar a autoridade de adultos, incluindo professores e pais. Isso pode ser interpretado como desobediência ou desrespeito, mas, na verdade, é uma busca por compreensão e lógica. Elas costumam querer entender o “porquê” das regras e decisões, o que pode levar a conflitos. Esses problemas que os superdotados enfrentam nessa questão, é uma das situações mais desafiadoras para mim em casa. Lidar com a resistência do meu filho em obedecer porque prefere “A” ao invés de “B” e eu ter que criar diálogos aceitáveis até que ele entenda o motivo pelo qual eu estou aplicando a ordem , é de fato bem desgastante.
Dica: Tente explicar as regras e decisões de forma clara e lógica. Estimule o diálogo, permitindo que seu filho expresse suas opiniões e questionamentos. Isso não apenas valida seus sentimentos, mas também ajuda a construir respeito mútuo. Crie um espaço onde ele se sinta à vontade para discutir suas ideias e preocupações, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo.
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6. Interesses Intensos e Específicos
Os problemas que os superdotados enfrentam em desenvolver interesses intensos por tópicos específicos, podem levar à exclusão de outras atividades e interações sociais. Isso pode ser mal interpretado como obsessão ou falta de flexibilidade. A intensidade desses interesses pode fazer com que a criança se sinta incompreendida, aumentando a sensação de isolamento. Aqui em casa passamos por isso com o nosso filho desde os cinco anos dele com obsessão em Sônic. O foco e interesse nesse personagem leva ele a construir legos caracterizados e desenhos a mão com o brinquedo.
Dica: Apoie essas paixões, mas também incentive a exploração de novos interesses. Proporcione oportunidades para que seu filho participe de atividades diversificadas, ajudando-o a desenvolver habilidades sociais e a ampliar seus horizontes. Promova a curiosidade, apresentando novos tópicos e experiências que possam despertar seu interesse, sem forçar a mudança.
7. Dificuldades de Adaptação a Mudanças
Crianças superdotadas podem ter dificuldades em lidar com mudanças na rotina ou no ambiente, o que pode resultar em ansiedade e resistência. Sem um diagnóstico, essas reações podem ser vistas como birra ou teimosia. A falta de previsibilidade pode gerar estresse e insegurança. Tirar a criança, sem aviso prévio, do que ela está focada, causa muito estresse e desregulação emocional, isso sempre acontece com meu filho quando precisamos resolver alguma coisa às pressas e ele não é informado com antecedência que iremos realizar outra atividade, levando-o a altos níveis de estresse. Esses problemas que os superdotados enfrentam com essas características, podem ser confundidas com autismo, por isso é inevitável fazer um diagnóstico para identificar os sintomas.
Dica: Prepare seu filho para mudanças com antecedência. Explique o que irá acontecer e como será o novo ambiente ou situação. Criar uma rotina previsível pode ajudar a minimizar a ansiedade em momentos de transição. Use calendários visuais ou listas de tarefas para ajudá-lo a visualizar as mudanças e a se sentir mais seguro.
Com tantos diagnósticos surgindo nessa nova geração, muitas vezes ficamos confusos sem saber como lidar e tratar nossos excepcionais. Ler bons livros nos ajudam a entender o que de fato acontece e eu te indico um guia prático sobre como lidar com as altas habilidades e superdotação. É um guia específico feito por profissionais renomados que fornece informações detalhadas sobre como identificar, apoiar e maximizar o potencial de crianças e jovens superdotados.
Outras sugestões que eu indico para você:
–Altas habilidades/superdotação, inteligência e criatividade: Uma visão multidisciplinar
–Deu zebra!: descobrindo a superdotação
Conclusão
Entender e apoiar uma criança superdotada sem diagnóstico pode ser desafiador, mas é fundamental para o seu desenvolvimento emocional e social. Os problemas que os superdotados enfrentam nos faz recorrer a conhecimentos e implementar soluções práticas. Você pode ajudá-las a navegar por um mundo que muitas vezes pode parecer confuso e isolante. Lembre-se de que cada criança é única, e o que funciona para uma pode não funcionar para outra. O importante é estar presente, ouvir e adaptar-se às necessidades do seu filho. Com amor e compreensão, você pode ajudá-lo a se desenvolver e a se sentir aceito em sua singularidade.
Espero que esse artigo tenha te ajudado, com base em estudos comprovados e morando com um superdotado diariamente, estou aqui pra te ajudar a esclarecer da melhor forma possível. Até o próximo post.